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A mostrar mensagens de julho 15, 2007

Babet......a poetisa “profundamente religiosa”

Ser poeta é viver intensamente Cada dia e, cada hora que passamos... Ilusões d'alma perdendo finalmente Quando, em lugar de cantar, nós choramos!! Resivida, 10/VII/2007 Babet Dom de família, sentimentos que se desejam possuir ou simplesmente um mistério da alma são algumas das explicações que Hilda Babet nos dá para melhor entendermos o que é Ser Poeta. “Sou acima de tudo muito religiosa e, como profundamente religiosa diz a palavra de Deus: aquilo que temos no coração é aquil

António Pepe uma força da natureza aos 100 anos de vida

Nascido a 1 de Julho de 1907, na Quinta do Ameal, na freguesia de Póvoa de Midões, António Pepe é aos 100 anos uma verdadeira força da natureza. Um exemplo de vida que todos os seus familiares e amigos admiram. “Um homem bom, alegre, divertido, cheio de vida”, dizem-nos satisfeitos por terem o tio Pepe tão próximo e tão “rijo”. Com vontade de durar mais uma dezena de anos, António Pepe festejou o seu século de vida rodeado de amor e carinho, no restaurante a “Paragem”, na Venda da Serra. Mais do que um dia memorável, o dia 1 de Julho de 2007 foi uma experiência única na vida de todos os presentes. “É um momento único, uma marca na minha vida. Nunca tinha dado parabéns a alguém que tinha feito 100 anos. Obrigada pela sua força”, agradeceu ao aniversariante Leonor Gomes em nome de todos os convivas. Sempre com o lema “como e calo” bem presente, António Pepe diz que devemos guardar o melhor para nós. “Posso ter uma rapariga, ela quer e eu quero… como e calo, mais nada”, explica-nos para

Apicultor por desporto

Água, glicose, frutose, açúcares e outras substâncias podem não dizer nada ao comum dos mortais, mas certamente para um apicultor isto tudo só tem um significado possível… mel. Característico da nossa região, o mel silvestre é feito a partir de substâncias recolhidas “de todas as flores e plantas”, conforme nos explica António Nunes Esteves, produtor de mel, de 77 anos de idade, residente em Tábua. Detentor de cerca de 40 colmeias, distribuídas pela Mealhada, Tábua e Ázere diz-nos que o que distingue o mel é a cor, o paladar, o aroma e a textura e, que “para se ter mel dá muito trabalho. É um desporto muito caro”, porque “é preciso andar sempre em cima das abelhas para evitar as doenças e as pragas”, salienta. Uma actividade que começou por ser uma brincadeira, porque segundo o próprio “a gente começa tudo por uma brincadeira e, depois vai apanhando o gosto. Eu apanhei o gosto pelas abelhas. Havia pessoas amigas que tinham mel, eu ia ajudá-las e, assim começou”, confessa afirmando que

António Francisco Barata enaltecido no I Aniversário da Biblioteca Municipal

Com a colaboração do mestre João Simões e da Escola E.B. 2,3 de Góis, António Francisco Barata foi lembrado e homenageado no dia do primeiro aniversário da Biblioteca Municipal, da qual é patrono, na passada segunda-feira, 12. Lembrar António Francisco Barata em data de primeiro aniversário prende-se com o facto de a autarquia ter decidido “aprofundar mais a figura do seu patrono, alargando o conhecimento desta figura, a mais goienses e interessados na cultura de Góis, que ainda desconhecem o seu trabalho intelectual e a defesa que sempre fez de Góis, a sua terra natal”, esclareceu Helena Moniz, vice-presidente da Câmara Municipal de Góis e vereadora da cultura. Francisco Barata é hoje o exemplo de muitos goienses que outrora “conseguiram singrar na vida fruto do seu empenho, trabalho e iniciativas, apresentando baixas habilitações literárias”, é, também, uma figura que deu um “enorme contributo para erguer esta Biblioteca… Esperamos agora que as crianças e jovens vejam nele

50 anos depois... Pomarenses voltaram a sentir a “fé ardente e jubilosa” de Aurélio de Campos

Os pomarenses voltaram a receber, com o mesmo entusiasmo de há 50 anos, o cónego Aurélio de Campos, no passado sábado, dia 17 de Fevereiro. Uma visita com um significado especial, porque há precisamente 50 anos atrás, o sacramento que Aurélio de Campos recebeu, a 15 de Agosto de 1956, “começava, neste momento, a tornar-se graça e dom. Um dom de Deus dado ao povo, a este povo de Pomares”, conforme disse Aurélio de Campos. “Esta freguesia foi a primeira de muitas outras, de muitos serviços, onde eu vim servir o Senhor”, relembra Aurélio de Campos justificando, deste modo, o motivo pelo qual resolveu fazer um almoço e uma missa de louvor e acção de graças, pelo exercício sacerdotal que levou a efeito, em Pomares, durante quase quatro anos de “graça e de felicidade” e, por estes 50 anos ao serviço da “igreja de Jesus”. Segundo Manuel Campos Mendes, um dos organizadores da missa e do almoço, este dia não pretendeu ser uma homenagem, mas “um agradecimento que nós estamos a fazer ao sr. padre

A confissão de um lutador

Aos 84 anos de idade, António Borges, mais conhecido por Salinha, “confessa” algumas passagens da sua vida, ao nosso jornal, num diálogo marcado pela força de vontade e guiado pela fé. Natural de Vinhó, ficou sem pai aos três anos e meio. “Fui para a escola aos 8 anos, andei lá até aos 12. Andava eu na quarta classe e, a professora bateu-me sem eu ter culpa nenhuma, fez-me as pernas negras”, diz-nos desabafando que ficou sem vontade de estudar, mesmo sem ter perdido nenhum ano e prestes a fazer o exame da quarta classe. Magoado com o sucedido, um dia, quando encontrou José Augusto Gaspar a construir a estrada de Vinhó para a Portela contou-lhe as suas “queixas”. Aconselhado pelo construtor a continuar os estudos, respondeu que estava “zangado”. Entretanto, a oportunidade de ajudar na construção da estrada foi-lhe dada e, quando chegou a casa disse à mãe para onde ia trabalhar. “Ela ficou toda surpreendida, mas, também, coitada como a vida era ruim, ela queria que eu ganhasse algum dinh

95 anos de uma vida talhada pela simplicidade

Nascida em Folques a 12 de Março de 1912, Lúcia Ventura é franca ao dizer que não sabe qual é o segredo para se chegar aos 95 anos de idade. Provavelmente por dom de Deus ou por outro motivo qualquer, Lúcia é uma mulher alegre na sua maneira de estar, simples na forma como se exprime e invejável na arte de articular as ideias. “Lembro-me de ser gente desde os 7 e, dos 7 aos 95 há muito que dizer”, explica-nos Lúcia Ventura argumentando que falar da sua vida “não é fácil”, porque como confessou há muito para dizer e inúmeras vivências para recordar. Motivo pelo qual nos alinhavou alguns dos momentos mais significativos da sua vida até aos dias de hoje. Apaixonada pela costura. A nossa conversa decorreu na sala de trabalhos manuais, do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Arganil, debaixo de um ambiente acolhedor pautado pelas interrupções alegres e carinhosas daqueles que com ela partilham as histórias, os momentos e os saberes do dia-a-dia. Os amigos aproximavam-se e davam-lhe os Parab

No reduto de um artista

Nascido em Lisboa, na freguesia de Santa Engrácia, a 06 de Agosto de 1922, José Antunes Cosme, tem raízes na freguesia de Pomares. A mãe natural de Corgas, era dona de casa e, o pai, natural de Torrão, trabalhou nos caminhos-de-ferro. Autodidacta, meticuloso, dotado para as “habilidades” são algumas das características de José Antunes Cosme, que utiliza como arma de combate a arte para “fugir dos momentos do dia-a-dia”. Criador de inúmeras obras, das quais não tem conta, confessa-nos que não tem escola e que todos os trabalhos até hoje concebidos são fruto da “habilidade com que nasci”. Aos 84 anos de idade, refere que “quando a gente não nasce com habilidade não é a escola que dá”, porém diz-se convencido de que “qualquer pessoa faz um desenho. Até me faz confusão como é que uma pessoa que pega num lápis, não é capaz de desenhar o que vê”, questiona incrédulo defendendo que o faz “por intuição”. Apesar de gostar de ensinar os outros, garante que não tem “paciência” para tal, porque “

António Lopes da Costa: “o homem que ensinou gerações”

“Absolutamente conformado com o seu estado e perfeitamente consciente da sua gravidade, António Lopes da Costa aceitou a morte resignadamente. Momentos antes, sentado na sua cadeira, ainda assistira ao almoço de toda a família, reunida nesta vila. Mas eram cerca de 15 horas e meia, o nosso querido amigo exalava, repentinamente o último suspiro”. in A Comarca de Arganil, de 23 de Abril de 1957 Aos 81 anos de idade, António Lopes da Costa faleceu “na sua residência, nesta vila”. Um acontecimento que ainda hoje constitui uma perda humana irreparável que, para além de ter causado “geral consternação”, foi um “golpe rude, porquanto perdemos um grande amigo e uma figura que fazia parte da estrutura moral desta casa”, sublinhava Luís Ferreira, na edição de A Comarca de Arganil, de 25 de Abril de 1957. Hoje, passados que são 50 anos do seu falecimento, curvamo-nos respeitosamente perante a sua alma, “é que a morte de tão venerando amigo” fez-nos “perder não só o director, que o soube ser com o

Nuno Mata lança livro sobre “Alberto Martins de Carvalho – o Homem, o Autor, a Biblioteca”

No dia em que a Biblioteca Alberto Martins de Carvalho completou o seu 5.º aniversário foi lançado o livro em memória do seu patrono “Alberto Martins de Carvalho – o Homem, o Autor, a Biblioteca”, da autoria de Nuno Mata. Conforme explicou o autor, esta biografia, iniciada em Dezembro de 2005, foi elaborada “com dois propósitos nucleares: trazer ao conhecimento a sua personalidade e justificar, assim, a atribuição do seu nome a esta casa que foi sempre espaço de conhecimento e pedagogia”. Natural de Barril de Alva, Alberto Martins de Carvalho, nasceu a 30 de Dezembro de 1901, era filho da cojense Laura Tavares Sinde e de José Martins de Carvalho de Barril de Alva. Casou-se, em 1929, com Judite Candosa Sinde, de Coja. Licenciado em Direito e em Ciências Filosóficas na Universidade de Coimbra, foi um “aluno brilhante (…) na década de 20 do século passado” e foi “autor de muitos artigos – destacando-se a sua colaboração no Guia de Portugal e no Dicionário de História (dirigido por Joel Se

Mina

Foi na aldeia da Benfeita que encontrámos António Alberto Martins, mais conhecido por Mina. Este apelido porque “a minha mãe era Guilhermina e quando era pequenito chegavam-se ao pé de mim e perguntavam-me: «Como é que se chama a tua mãe?» e eu dizia «É Mina». E ficou Mina toda a vida”, esclarece. Aos 79 anos de idade, António Alberto Martins, carteiro reformado, recorda-nos uma vida algo espinhosa e os caminhos que trilhou para entregar a correspondência, primeiro a pé, depois de bicicleta e por fim de mota para que tudo chegasse ao seu destino. Depois de ter concluído a 4.ª classe, foi trabalhar como barbeiro, durante 12 anos, profissão que nunca deixou mesmo quando foi trabalhar como carteiro, pois “a minha arte como barbeiro nessas territas continuou, porque não havia barbeiro nenhum, para isso tinham de ir a Coja ou a Arganil para cortarem o cabelo. E eu cortava-lhes com uma bagatelazita e eles ficavam todos contentes”, confessa-nos o carteiro Mina que enquanto barbeiro “trabalha

José Castanheira Nunes: um vulto da NOSSA história

“A notícia, fria e cortante como o gume de um cutelo, de que morreu José Castanheira Nunes, essa figura bondosa, compreensiva e dinâmica que toda a região conhecia e estimava, parece ainda um pesadelo, um sonho mau que se desmente quando acordamos” in A Comarca de Arganil, de 18 de Setembro de 1956 Passado meio século do falecimento de José Castanheira Nunes ainda se sente no ar uma certa nostalgia face ao desaparecimento daquele que era “o nosso querido amigo e orientador de todas as horas”, como nos dizem os que com ele privaram de perto e como testemunham as nossas colecções que, apesar de amarelecidas pelo tempo, têm o dom de o reavivar em cada palavra, e de nos dar a conhecer, como referiu José de Oliveira e Costa, “o continuador de um grande mestre, fundador de A Comarca, Eugénio Moreira”. A. Pedro Aleixo referiu, numa das edições enlutadas pela perda do Zé Castanheira Nunes, nome pelo qual também era conhecido, “se os génios, porque são génios, são imortais, os amigos, quando v

João Castanheira Nunes: “o gigante da resistência, da determinação”

“- Morreu o sr João! Foi esta a terrível, a dolorosa notícia que recebemos na manhã de sábado passado. Na sua frieza impiedosa, no seu laconismo impressionante, no seu intenso dramatismo, aí estava a nova receada, em que recusávamos acreditar.” in A Comarca de Arganil, de 17 de Novembro de 1981 É estranho como o tempo corre veloz, e… hoje faz, precisamente, 25 anos desde o dia em “que o gigante da resistência, da determinação, fora vencido!”. Filho de António Castanheira Nunes Júnior e de Adelaide da Conceição e Castanheira, João Castanheira Nunes nasceu a 17 de Dezembro de 1921. Casado com Maria da Graça, era pai de João Alberto, José António e avô de Gonçalo e Sérgio. O nosso camarada “sofria de grave deficiência renal que, desde 1979, o obrigava a submeter-se, dia-sim-dia-não, à hemodiálise, em Coimbra” e na passada “sexta-feira, o estado de saúde do enfermo, agravou-se de tal forma que viria a ser internado às 2 da madrugada de sábado, na Casa de Saúde da Sofia. Acompanhado de sua

Simplesmente Fernando Valle

"Será quase uma redundância publicar dados sobre a carreira cívica, profissional e política desta figura carismática da Democracia portuguesa" In A Comarca de Arganil, de 3 de Agosto de 2000 Convicção, clareza e frontalidade eram algumas das características de Fernando Baeta Cardoso do Valle, natural da Cerdeira, concelho de Arganil, nascido a 30 de Julho de 1900. Filho do dr. Alberto da Maia e Cruz do Valle e de D. Maria Adelaide da Costa Cardoso do Valle. Foi presidente honorário do Partido Socialista e um lutador nato pelos ideais da Revolução Francesa: liberdade, fraternidade e igualdade deixando registado os seus ideias de vida através de um desejo “o facto de a determinante de toda a minha vida ter sido o lutar pela libertação do homem, no sentido de se conseguir efectivamente, um regime de direito em que seja possível, de facto, a paz, a liberdade e a justiça social”. Seg