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A mostrar mensagens de outubro 26, 2008

As guilhotinas do conforto

Dona Rosinha é uma mulher cujo físico aparenta ter 70 anos. Vive feliz no meio de uma família que está a solidificar, à medida que o tempo e as necessidades são maiores. A rua é a sua casa, o Jardim Constantino é o seu porto de abrigo. Para trás estão mais de quatro décadas de sacrifícios em prol de um futuro risonho e tão seguro como as sequóias que lutam umas com as outras à procura de sol. “Não sei como vim aqui parar, mas sei como daqui vou sair”, afirma vezes sem conta enquanto olha para as pombas que a procuram como se a quisessem levar a voar pela capital portuguesa. “Vou sair daqui mais rica. Hoje, dou valor a pequenas coisas, como por exemplo à importância de um botão no casaco”, refere. De poucas palavras e bastante assertiva. Dona Rosinha, como é carinhosamente tratada pela família que a acolheu na rua, adora passar o tempo a contar estórias de vivências passadas. “Entretenho-me a fazer sonhar e a guiar os meus companheiros por sítios por onde passei, ao mesmo tempo, que rec