Visita de médico
Nove meses depois volto a visitar Santa Comba Dão: a mãe que me viu crescer, a madrasta que me virou as costas e a velha que falhou na operação plástica.
Convicta de que estava esquecida, com rugas e cheia de características tão típicas de quem já viveu largos e bons anos, ousou fazer algumas transformações para ver se dava mais nas vistas e se corrigia alguns aspectos, de forma a não ficar tão beirã.
Vaidosa, de trato fácil, conservadora por excelência, foi sem dúvida uma surpresa ver como este colo materno se deixou influenciar de tal modo a ficar descaracterizada. O mais espantoso de tudo é tentar perceber como alguns filhos e enteados deixaram que ela ficasse tão desproporcional e entrasse num vaidosismo exagerado.
Confiou nas mãos da especialista Cármen Menosmal e aceitou ser alvo de uma intervenção cirúrgica no âmbito do tratamento Requalificar Partes Corporais Degradadas (RPCD). Com 25% do tratamento pago, numa primeira fase resolveu aumentar os dois seios, um para amamentar os filhos e outro para serventia dos enteados. No entanto, “não se ficou só por isso e deixou que a tal Cármen lhe construísse uma espécie de canal de drenagem que desse para armazenar o alimento dos descendentes”, explicou um popular adiantando que esta intervenção “é mais uma das que vai ficar a ser paga durante 50 anos”.
Armada em finória deixou de olhar a meios para atingir os seus fins. “Ela confia demais na Cármen Menosmal e já quer ser submetida a uma nova intervenção cirúrgica, no âmbito da RPCD para reconstruir uma das faces, diz que é para os filhos terem mais prazer ao beijarem uma pele sem rugas”, avança um enteado.
Segundo um filho de peito, cada uma destas intervenções não fica dada por terminada, o que implica visitas regulares à especialista Cármen Menosmal, e o cumprimento de uma série de tratamentos de prevenção, nos próximos anos. “Estas medidas visam proporcionar uma pele fresca, sã, sem rugas, mais jovial, para que Santa Comba Dão se aproxime, valorize e afirme enquanto Mulher, mãe e madrasta perante as transmontanas, algarvias, alentejanas e todas aquelas que não são beirãs”, frisa Aldrógãos.
Convicta de que estava esquecida, com rugas e cheia de características tão típicas de quem já viveu largos e bons anos, ousou fazer algumas transformações para ver se dava mais nas vistas e se corrigia alguns aspectos, de forma a não ficar tão beirã.
Vaidosa, de trato fácil, conservadora por excelência, foi sem dúvida uma surpresa ver como este colo materno se deixou influenciar de tal modo a ficar descaracterizada. O mais espantoso de tudo é tentar perceber como alguns filhos e enteados deixaram que ela ficasse tão desproporcional e entrasse num vaidosismo exagerado.
Confiou nas mãos da especialista Cármen Menosmal e aceitou ser alvo de uma intervenção cirúrgica no âmbito do tratamento Requalificar Partes Corporais Degradadas (RPCD). Com 25% do tratamento pago, numa primeira fase resolveu aumentar os dois seios, um para amamentar os filhos e outro para serventia dos enteados. No entanto, “não se ficou só por isso e deixou que a tal Cármen lhe construísse uma espécie de canal de drenagem que desse para armazenar o alimento dos descendentes”, explicou um popular adiantando que esta intervenção “é mais uma das que vai ficar a ser paga durante 50 anos”.
Armada em finória deixou de olhar a meios para atingir os seus fins. “Ela confia demais na Cármen Menosmal e já quer ser submetida a uma nova intervenção cirúrgica, no âmbito da RPCD para reconstruir uma das faces, diz que é para os filhos terem mais prazer ao beijarem uma pele sem rugas”, avança um enteado.
Segundo um filho de peito, cada uma destas intervenções não fica dada por terminada, o que implica visitas regulares à especialista Cármen Menosmal, e o cumprimento de uma série de tratamentos de prevenção, nos próximos anos. “Estas medidas visam proporcionar uma pele fresca, sã, sem rugas, mais jovial, para que Santa Comba Dão se aproxime, valorize e afirme enquanto Mulher, mãe e madrasta perante as transmontanas, algarvias, alentejanas e todas aquelas que não são beirãs”, frisa Aldrógãos.
Para quê tanta cirurgia, quando o coração já não pulsa da mesma forma? Para quê alterar valores só para estar na moda? Para quê tanta futilidade?... são apenas algumas questões que me invadem o pensamento cada vez que vou à procura daquele colo. Sei que todos temos o direito à diferença, mas mudar não significa afastar as pessoas que precisam de nós. Enfim...
Cristina Correia Pinto
Comentários
Para esse não há plástica que o possa mudar... já com o resto...
Beijinhos
Concordo contigo, o problema está no facto de as pessoas acreditaremm que por estarem com a estética alterada têm de mudar o interior daqueles com quem convivem diariamente, quando muitas vezes ainda nem se adpataram ao que lhes é inato (inato=alma e coração).
Luis Bento:
Uma ironia citadina...
Nunca me envergonhei das minhas raízes, tinha orgulho na minha terra... uma vilã tipicamente beirã.
À medida que o tempo passa, sinto que o orgulho se vai transformando em revolta por estarem a ser criadas modernices que não se adequam à vida, nem às verdadeiras necessidades das pessoas que nelam moram.
Em suma, isto é a sociedade que temos... onde impera a riqueza sem a virtude, realidade que, segundo a voz popular, acaba por ser mais desastrosa que a miséria.
De facto hoje em dia existe um exacerbado culto da perfeição, por isso, cada vez mais as pessoas, sobretudo as mulheres, recorrem à cirurgia estética no sentido de atrasar a passagem do tempo.
Vivemos numa sociedade que valoriza mais a imagem que a personalidade, infelizmente... :|
Alguém disse um dia que o tempo passa e a marca fica. Não sou contra as pessoas alterarem e acompanharem o tempo, a mudança faz parte, mas é lamentável ver como algumas marcas por mais plásticas que se façam sejam difíceis de corrigir e arrastem consigo a identidade.
Aí está uma boa questão. O aspecto, a grandeza exterior para várias almas é mais importante do que o interior.