Poémia: uma poetisa presa numa fuga à perda
Podia ser alguém com um dom inato para expressar os seus sentimentos, até porque quem lê os seus versos acredita que existe ali algo que ultrapassa a sensibilidade da maioria dos mortais, talvez por Poémia ser muito dependente das relações humanas e não saber lidar com a perda.
“O mais importante é que quem lê consiga recolher todo o mel que derramo por entre estrofes mal formadas, com rimas perfumadas pelo aroma de essência de caril... Espero que percebam como, de facto, não há nada melhor para a cabeça como um café com limão, adoçado com açúcar de cana cristalina”, desabafa Poémia numa tentativa de nos fazer compreender sentimentos de poetas por si criados – Essência de Caril, Café com Limão e Cristalina.
“No fundo são três almas que se fundiram numa Poémia/ Para espelharem uma mente livre/Agarrada a uma postura recatada/Numa fuga à perda”, explica.
A escrever poesia desde os 12 anos, encara os seus escritos como “devaneios poéticos”, tem consciência daquilo que expressa e sabe que tudo não passa de uma “boémia poética. Um vicio igual a tantos outros que tem de ser curado, de vez em quando. Mas, ao contrário da maioria dos vícios as recaídas costumam ser mais produtivas e mais fáceis de curar”, conta.
Quando a Cristalina escreve textos como “Uma poémia sem nexo” é necessário fazer uma pausa, porque:
Aos poucos tudo fica mais escuro
A sensação é de impotência
De uma inutilidade banal
O espelho começa a reflectir
Toda a imaturidade de uma anormal
É uma espécie de jogo do Rato
Jogado com um baralho incompleto
No qual a última cartada
É de uma alma azarada
Vale mais pensar seriamente
Em acabar de vez com este despique
Com esta tentativa vã de descobrir
Qual é a próxima jogada
Não vale mesmo a pena continuar
Com este espaço de tédio
Com esta vida sem remédio
Em que somos usados como anestesia
Que alivia uma espécie de doença
Uma poémia desgraçada sem nexo
Que está a originar um novo complexo
Para entendermos o verdadeiro motivo de Poémia se afastar da poesia, este ser partilha connosco as palavras de Café com Limão, num verdadeiro e sentido “Devaneio Poético”
Poémia é tudo o que nos liberta desta Estranha Forma de Vida
à qual incoscientemente nos aprisionamos, aos
poucos tornamo-nos impotentes, apáticos, acreditamos
que nada faz sentido, queremos mudar e nada é favorável.
Ficamos frágeis.
Procuramos por meio de palavras soltas, rimas sem
sentido, formar sílabas coordenadas, com ícones mais ou
menos compreensivos e que nos guiem num caminho mais seguro.
Sentimo-nos aconchegados, libertos... a alma voa por
entre mundos desconhecidos e imaginados, tira-nos
suavemente deste planeta, desta civilização, desta turba
que, por vezes, é tão cruel e nos tira o ar, o fogo, a terra e a água.
Na maioria das vezes esta forma de libertação não é nada
favorável... não conseguimos sair na altura certa,
continuamos a juntar os signos do alfabeto
à procura de novas palavras para descrever um mesmo sentimento.
Criamos uma dependência a esta Poémia, que é um
verdadeiro ópio. Queremos sempre mais, acreditamos
mesmo que isto nos liberta e acabamos por nos massacrar
a tentar perceber para quê tanta dor e sofrimento e... não
agimos, não vivemos verdadeiramente.
Mas que Estranha forma de Vida!
Uma estranha forma de vida que Essência de Caril, procura dar razão através de uma simples e curta afirmação: - “Há”
Há silêncios que penetram
Com mais eficácia nos ouvidos inúteis
De quem tem olhos e teima em não sentir
Há gritos que são abafados
Com a insistência da ignorância sadia
E que não rasgam a mente perturbada
De quem quer voltar a sorrir
Há lágrimas que não lavam
Rostos amargurados pela desilusão
Simplesmente porque as rugas os guiam
Num leito sem paixão
Há sorrisos que ocultam
Vitórias de uma alma gelada
Para se defenderem de consecutivas derrotas
Provocadas por um louco desejo de Amar
Há olhares que se cruzam
Para aceitarem a presença de vida
Na vã esperança de não se desejarem
Há lábios secos
Que teimam em ficar inertes
Com receio de beijarem o coração
Há um tudo sem sentido
E há um sentido sem nada
Numa procura de energia
Para solidificar gelo
Que derrete e perde a essência
Há uma voz que teima em ficar rouca
E um pensamento cristalino sem voz
Há um desejo por sentir
Uma metáfora a revelar
Numa personificação nivelada
Por uma alma não desejada
Há o lugar de uma cicatriz
Que foi sarada de propósito
Para limpar um corpo
Que vai voltar a tocar nova textura
Desejoso de eternizar
A mesma fidelidade.
“O mais importante é que quem lê consiga recolher todo o mel que derramo por entre estrofes mal formadas, com rimas perfumadas pelo aroma de essência de caril... Espero que percebam como, de facto, não há nada melhor para a cabeça como um café com limão, adoçado com açúcar de cana cristalina”, desabafa Poémia numa tentativa de nos fazer compreender sentimentos de poetas por si criados – Essência de Caril, Café com Limão e Cristalina.
“No fundo são três almas que se fundiram numa Poémia/ Para espelharem uma mente livre/Agarrada a uma postura recatada/Numa fuga à perda”, explica.
A escrever poesia desde os 12 anos, encara os seus escritos como “devaneios poéticos”, tem consciência daquilo que expressa e sabe que tudo não passa de uma “boémia poética. Um vicio igual a tantos outros que tem de ser curado, de vez em quando. Mas, ao contrário da maioria dos vícios as recaídas costumam ser mais produtivas e mais fáceis de curar”, conta.
Quando a Cristalina escreve textos como “Uma poémia sem nexo” é necessário fazer uma pausa, porque:
Aos poucos tudo fica mais escuro
A sensação é de impotência
De uma inutilidade banal
O espelho começa a reflectir
Toda a imaturidade de uma anormal
É uma espécie de jogo do Rato
Jogado com um baralho incompleto
No qual a última cartada
É de uma alma azarada
Vale mais pensar seriamente
Em acabar de vez com este despique
Com esta tentativa vã de descobrir
Qual é a próxima jogada
Não vale mesmo a pena continuar
Com este espaço de tédio
Com esta vida sem remédio
Em que somos usados como anestesia
Que alivia uma espécie de doença
Uma poémia desgraçada sem nexo
Que está a originar um novo complexo
Para entendermos o verdadeiro motivo de Poémia se afastar da poesia, este ser partilha connosco as palavras de Café com Limão, num verdadeiro e sentido “Devaneio Poético”
Poémia é tudo o que nos liberta desta Estranha Forma de Vida
à qual incoscientemente nos aprisionamos, aos
poucos tornamo-nos impotentes, apáticos, acreditamos
que nada faz sentido, queremos mudar e nada é favorável.
Ficamos frágeis.
Procuramos por meio de palavras soltas, rimas sem
sentido, formar sílabas coordenadas, com ícones mais ou
menos compreensivos e que nos guiem num caminho mais seguro.
Sentimo-nos aconchegados, libertos... a alma voa por
entre mundos desconhecidos e imaginados, tira-nos
suavemente deste planeta, desta civilização, desta turba
que, por vezes, é tão cruel e nos tira o ar, o fogo, a terra e a água.
Na maioria das vezes esta forma de libertação não é nada
favorável... não conseguimos sair na altura certa,
continuamos a juntar os signos do alfabeto
à procura de novas palavras para descrever um mesmo sentimento.
Criamos uma dependência a esta Poémia, que é um
verdadeiro ópio. Queremos sempre mais, acreditamos
mesmo que isto nos liberta e acabamos por nos massacrar
a tentar perceber para quê tanta dor e sofrimento e... não
agimos, não vivemos verdadeiramente.
Mas que Estranha forma de Vida!
Uma estranha forma de vida que Essência de Caril, procura dar razão através de uma simples e curta afirmação: - “Há”
Há silêncios que penetram
Com mais eficácia nos ouvidos inúteis
De quem tem olhos e teima em não sentir
Há gritos que são abafados
Com a insistência da ignorância sadia
E que não rasgam a mente perturbada
De quem quer voltar a sorrir
Há lágrimas que não lavam
Rostos amargurados pela desilusão
Simplesmente porque as rugas os guiam
Num leito sem paixão
Há sorrisos que ocultam
Vitórias de uma alma gelada
Para se defenderem de consecutivas derrotas
Provocadas por um louco desejo de Amar
Há olhares que se cruzam
Para aceitarem a presença de vida
Na vã esperança de não se desejarem
Há lábios secos
Que teimam em ficar inertes
Com receio de beijarem o coração
Há um tudo sem sentido
E há um sentido sem nada
Numa procura de energia
Para solidificar gelo
Que derrete e perde a essência
Há uma voz que teima em ficar rouca
E um pensamento cristalino sem voz
Há um desejo por sentir
Uma metáfora a revelar
Numa personificação nivelada
Por uma alma não desejada
Há o lugar de uma cicatriz
Que foi sarada de propósito
Para limpar um corpo
Que vai voltar a tocar nova textura
Desejoso de eternizar
A mesma fidelidade.
Aqui está um pouco desta mulher que se recusa a falar mais e a abrir um mundo repleto de versos tão sentidos e tão vividos, em prol do Amor pelo próximo.
Cristina Correia Pinto
Comentários
Estão excelentes...
R A
MUITO!!
Por detrás desse ar frágil, que mulher poderosa. E que poderosa pena a tua!
Tu escreve, mulher!!!
"Há uma voz que teima em ficar rouca/E um pensamento cristalino sem voz"
É muito bom ouvir a tua critica, porque és uma pessoa com a qual me identifico.
Beijinhos grandes